Diário de Classe da Pandemia

Como vocês sabem, em abril iniciamos o projeto Leituras PROEEP, através do qual compartilhamos várias obras sobre educação & política com vocês. Uma dessas obras foi “Ensinando a transgredir – a educação como prática de liberdade”, da filósofa e educadora bell hooks.
 

Nessa obra, a autora dialoga com a filosofia de Thich Nhat Hahn, que coloca em evidência a importância de nos enxergarmos em nossa integridade, como seres compostos por mente, corpo e espírito. Afinal, é claro que estamos em sala de aula para aprender os conteúdos curriculares programados. Mas essa filosofia ensina que devemos buscar “não somente o conhecimento que está nos livros, mas também o conhecimento acerca de como viver no mundo” (p. 27), dando ênfase no nosso bem-estar, e compara uma professora a uma curadora, de forma que “a prática do curador, do terapeuta, do professor (...) deve ser dirigida primeiro para ele mesmo. Se a pessoa que ajuda estiver infeliz, não poderá ajudar a muita gente” (p. 28). Pensar sobre isso nos sensibilizou de modo especial. Afinal, sabemos que professoras/es do mundo inteiro estão encarando uma situação inédita na história: manter as aulas, durante uma pandemia global, através do Ensino a Distância. Mas como será que isso as/os afeta, pensando que não são tão somente “docentes”, mas seres humanos “integrais”? Pensando nisso, criamos o Diário de Classe da Pandemia e estamos coletando relatos de professoras/es do ensino básico, fundamental e médio acerca da experiência de ser docente durante a pandemia. A ideia é homenageá-los com ilustrações de nossa autoria, trazendo um pouco de arte para seus dias, e compartilhar seus relatos com a comunidade, para que também parem alguns minutos de seu dia para ouvi-los. Aliás, se você é professor/a e teria disponibilidade para enviar um relato, entre em contato conosco!